30 dezembro 2010

“TRANSCENDÊNCIA”, “COMPLEXIDADE HUMANA” E FUTEBOL... REALMENTE UMA NECESSIDADE

Prof. Dênis de Lima Greboggy
Prof. Rodrigo Vicenzi Casarin

Dando o start a este Blog, nada mais justo fazer alguns apontamentos sobre, o que a priori objetivaremos eu (Dênis) e Rodrigo aqui!
Gostamos de futebol, mais, apenas gostar e estudar o mesmo não permite à nenhuma pessoa falar com maestria sobre este desporto. Há uma necessidade extrema de uma interligação de inúmeros conhecimentos, o que chamaremos de colaterais, porque como já dizia o famoso filósofo português Manuel Sérgio: só se sabe de futebol quem conhece muito mais do que futebol, ou seja, ver o futebol com um olhar transcendente, complexo.




Todavia, tais assuntos que vamos divulgar neste espaço transcendem os conhecimentos ditos “prosaicos” e “rigorosos” que mutilam mais do que evidenciam as realidades de que tratam. “Torna-se evidente que estes conhecimentos (simplificadores, redutores, dualistas, reducionistas), produzem mais cegueira do que elucidação, surgindo então um “pequeno” problema: como considerar a complexidade de modo não simplificador? A complexidade nasce para combater as fendas, as mínguas, a penúria dos fundamentos da simplificação, não obstante as possíveis “sub-penínsulas” que se formarão da complexidade, constituindo uma complexidade em escalas. Este problema, entretanto, não pode ser posto de imediato. Ele deve provar sua legitimidade, porque a palavra complexidade não tem por trás de si uma nobre herança filosófica, científica ou epistemológica”.
Complexidade, em numa primeira definição não pode se resumir em uma palavra-chave, nem ser reduzido a uma lei ou a uma idéia simples. Em outros termos, o complexo não pode se resumir à palavra complexidade. Complexidade é uma palavra-problema e não uma palavra-solução. Edgar Morin, bem como outros pensadores comenta que: (...) “será preciso enfim ver se há um modo de pensar, ou um método capaz de responder ao desafio da complexidade. Não se trata de retomar a ambição do pensamento simples, que é a de controlar e dominar o real. Trata-se de exercer um pensamento capaz de lidar com o real, de dialogar e negociar com ele”. O pensamento que se fecha em si e se abastece apenas de déias disjuntivas, não compreende a essência dos fenômenos e ignora a complementaridade e articulação dos vários conhecimentos. O pensamento complexo almeja ao conhecimento transdimensional.
Igualando as palavras do, novamente aqui citado Edgar Morin, neste Blog, e conseqüentemente nas colunas que virão aqui a serem escritas por nós, será necessário o leitor quebrar três conceitos ainda pouco bem interpretados na sociedade contemporânea e no entendimento da complexidade:


  • Primeiro: Acreditar que a complexidade elimina a simplicidade. A complexidade surge, é verdade, lá onde o pensamento simplificador falha, mas ela integra e inter-relaciona em si tudo o que põe ordem, desordem, clareza, distinção e precisão no conhecimento. Enquanto o pensamento simplificador desintegra a complexidade do real, o pensamento complexo integra o mais possível os modos simplificadores de pensar, mas recusa as conseqüências mutiladoras, redutoras, unidimensionais e finalmente ofuscantes de uma simplificação que se considera reflexo do que há de real na realidade.
  • Segundo: A ilusão é confundir complexidade com “completude” ou “uma estrutura organizativa findada”. A complexidade é produto da interação entre a ordem, a desordem e a organização. Ordem demais sufoca a possibilidade de ação. Desordens demais transformam a ação em tempestade e ela passa a ser uma aposta ao acaso. A relação entre ambas é notória e sustenta-se por três pilares: interação, transformação e organização.
  • Terceiro: A complexidade como uma “falsa visão do todo”. A complexidade não pretende nem “isolar” ou “esfacelar” e nem conhecer apenas o “todo” do fenômeno. Na complexidade compreende-se a inter-relação recíproca entre o todo e as partes, uma vez que o todo está presente nas partes e as partes no todo, e essas estruturas complexas podem ser mais bem entendidas pela Teoria dos Fractais (que posteriormente neste Blog será “tentada” sua explicação). O paradigma da complexidade fundamenta-se na inter-relação/comunicação constante de todas as dimensões.

Pascal tinha colocado, com razão, que todas as coisas são “causadas e causantes, ajudadas e ajudantes, mediatas e imediatas, e que todas (se interligam) por um laço natural e insensível, que liga as mais afastadas e as mais diferentes”. O pensamento complexo também é animado por uma tensão permanente entre a aspiração a um saber não fragmentado, não compartimentado, não redutor, e o reconhecimento do inacabado e da incompletude de qualquer conhecimento (quanto mais se sabe, mais se descobre que a The Web of Life está mais imbricada do que se imagina a imaginar).

Tá...mais...esse Blog não é para ser sobre futebol?...mais o título do texto tem a palavra futebol...e não fala nada de futebol”... Então, o que o futebol tem em comum com esse singelo texto e essa “tal de complexidade? Se realizares o transfer (com os óculos para uns, ou binóculo para outrem) da complexidade, entenderá caro leitor (a) o que estamos aqui lhes escrevendo. E nós temos convicta e absoluta certeza que entenderá.

E a complexidade a nós abençoar!


Cordialmente: os autores!

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