07 setembro 2011

Concentração e Concentração


Depois de um grande tempo sem escrever, é com alegria que retorno!
Estive por estes dias a ler sobre um clube da cidade de Curitiba e momentaneamente fiquei irritado com a nota publicada por diversos meios de comunicação: “concentração 24 horas para todos os jogadores, por tempo indeterminado”. Pensei comigo, INACREDITÁVEL...!
Até pensei que fosse um treinamento da competência psicológica “concentração”, mais é claro que não poderia ser. Aqui no Brasil muito menos. Pobres jogadores (...).
A concentração a que este texto se refere é a famosa “prisão domiciliar” para jogadores de futebol. Sim, uma prisão. Existem termos piores que prisão, mais eu optei por este para não ser excessivamente hostil.
Sendo então a dita “concentração” determinada por ordens superiores (técnico e diretoria), fiquei pensando: o que passa na cabeça desses levianos que desconhecem de futebol e muito mais de psicologia do esporte, para pensar que trancafiar todos os jogadores será a melhor solução? Não vai melhorar, a tendência é piorar. E tomara que piore bastante. Mais uma vez tenho pena dos jogadores, que por desconhecerem quase que por completo as ciências do desporto e acreditarem sem questionarem na crença do “casulo da concentração”, se sujeitam a ficar longe da família, longe dos filhos, a ficar sem relação sexual, permanecer sem diálogo (corpo-corpo) com o “mundo externo” e etc. Pergunto-me então: Serão resolvidos com a concentração (ou a prisão desumana) os problemas oriundos de vários fatores de uma equipe de futebol? Tenho plena certeza que não. Posso até prever o que irá acontecer: os grandes sábios da fisiologia (sem menosprezá-los) farão seus testes e serão constatados com certeza (e sempre é assim) problemas de ordem física (como sempre a física, sempre a física). Então treinarão em 2 períodos: de manhã musculação e atletismo, e a tarde um rachão pra descontrair, afinal de contas estão em concentração e precisam se distrair. Sem contar os dias de treinamento coletivo (onde os adversários se conhecem, jogadas são combinadas, um deixa para o outro e etc.), ficando o técnico a “analisar” os melhores, os que mais gols farão, para que sejam escalados e decidam a próxima partida de maneira espetacular, como se fossem mágicos... novamente... pobres jogadores, coitada da torcida... Entretanto os dirigentes, NÃO, esses não são coitados e sim “babacas”.
E tem gente que vai falar: “jogador de futebol merece e tem que se f... porque ganha muito bem e não faz “nada”.
Quem está fazendo realmente “nada”, nós, eu e você amigo leitor, já sabemos que os são. 
Pois bem senhores, que naipe de concentração o futebol necessita? Não é aquela que os jogadores jogam cartas né?

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