Dênis de Lima Greboggy
Rodrigo Vicenzi Casarin
Dentro
do futebol temos várias dimensões abarcantes que devem ser levadas em
consideração para que os jogadores não fiquem estritamente robóticos, neuróticos
e atrelados em pretextos não cabíveis nos dias atuais. Aspectos que não dosados
adequadamente, sobrecarregam os jogadores, misturando e marcando negativamente
significados e emoções sob o risco de descaracterizar a equipe e o jogar.
Dosar
significa medir com cautela alguma dimensão do processo, o que está sendo
feito, o que está sendo observado e o que está sendo aplicado. Nossas ações
dentro do futebol devem sempre partir de um dosar, para que nada seja exagerado
e tão pouco singelo. Um meio termo contextual, específico e singular. Isso nos
remete à fazermos uma pergunta, como é de praxe em nossos manuscritos: O que
dosar?; Como dosar? Por que dosar? Bom, são demasiadas as perguntas a respeito deste
tema que podemos fazer e ficarmos horas a escrever.
O
que dosar seria, dentre várias dimensões, a modificação do contexto, a
progressão dos princípios de jogo, os exercícios a serem aplicados, os minutos,
as repetições, a fadiga complexa (central/periférica), horários de treinamento,
possíveis concentrações antes de jogos, liberação de jogadores para saírem em
grupos, tempo com a família, uso de bebida, cigarro, alimentação e etc. Enfim,
todos os fatores dentro e fora do campo que perfazem o modelo de jogo do treinador,
o contexto, a cultura, os costumes.
Ao
modelarmos um contexto, temos que ter muita sensibilidade e compreendermos tal
complexidade deste processo. Algumas vezes ficamos obcecados por implantar
algumas ideias e alguns treinamentos que fogem daquele determinado momento e
acabamos colocando doses acima da recepção ideal e sadia para os jogadores.
Isso aos poucos vai gerando uma desconfiança, que pode fazer com que os
jogadores não acreditem no que se está fazendo. Por isso a dosagem do que é
feito e do que pode ser feito é um dos requisitos principais. A modificação
brusca e o excesso de algumas coisas serão sempre ser prejudiciais
Um
exemplo aqui no Brasil tem dado o que falar: a tal da concentração. Existem
treinadores que não abrem mão disso. E será que isso é um fator tão importante
assim, a ponto de não se deixar jogadores passarem horas a mais com filhos,
esposa e amigos? Isso exige um olhar muito aguçado do treinador e de sua
comissão, para que nada seja para mais ou para menos. O fator “como dosar” depende
primeiramente das estratégias criadas para se lidar com questões que
corriqueiramente fogem do contexto tradicional. O clube Botafogo foi um bom
exemplo, onde seus jogadores decidiram não fazer a tal concentração em forma de
reivindicar salários atrasados. A nosso ver, como somos contra esse tipo de
concentração, isso é de extrema importância para a vida extra campo dos
jogadores. E ao final das contas o Botafogo está apresentando um futebol igual
os demais “concentrados”. Será isso devido à divina proporção aplicada ao
quesito concentração pelo treinador do Botafogo? Não precisamos responder.
Portanto, o como, depende de conversar, ordenar, exercer liderança e
autoridade.
O
motivo de dosar nos remete à questão de modelação do elenco ao que de melhor se
pode fazer para ajudar, mas fazer de forma diferente da norma brasileira no
caso. Isso é modelação, mais não uma modelação estanque, e sim uma modelação
complexa, que envolve coisas que para muitos são superficiais e não
importantes.
Liderar é convencer com
argumentos o porquê de algo ser realizado e os demais compreenderem sem serem
forçados. Um exemplo do porque é o convencimento da importância que tal decisão
se coloca em discussão, em prol de grupo de jogadores e principalmente em prol
do clube, de uma instituição. Existem momentos em que os porquês devem ser
ocultados ou justificados posteriormente, devido à capacidade de tais jogadores
entenderem tais decisões. Isso nos lembra o motivo de José Mourinho sempre
querer jogadores que sejam de pensamento aberto, questionadores e formadores de
opinião, pois isso auxilia o processo de tomada de decisão do treinador e
fomenta a formação de lideres dentro de campo.
Nada deve ser feito pelo poder. É idêntico às relações de trabalho dentro de uma empresa. Se temos líderes que nos ajudam e nos motivam, as coisas tendem a andar da melhor forma possível. Os jogadores ficam felizes e com alegria desenvolvem um jogar em prol sempre do clube e do grupo em que pertencem. Isso para nós é dosar, é perceber a devida com a divina proporção.
Nada deve ser feito pelo poder. É idêntico às relações de trabalho dentro de uma empresa. Se temos líderes que nos ajudam e nos motivam, as coisas tendem a andar da melhor forma possível. Os jogadores ficam felizes e com alegria desenvolvem um jogar em prol sempre do clube e do grupo em que pertencem. Isso para nós é dosar, é perceber a devida com a divina proporção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário