02 novembro 2014

REALISTA, DEMASIADAMENTE REALISTA VS. PESSIMISTA?



Dênis de Lima Greboggy
 
Assistindo uma matéria do Esporte Espetacular, sobre as categorias de base, percebi o quanto os professores estão (os entrevistados, é claro) ainda utilizando metodologias de ensino convencionais. Isso não é bom. O convencional é o velho analítico PURO, e depois o treino em conjunto (coletivo), sem contextualização, apenas praticar por praticar, sem critérios. Bom, isso não é novidade para ninguém mais.
O pior é ver o menininho (10 anos) entrevistado, respondendo a seguinte pergunta: Você acha que você joga bem? Resposta: acho. O que as pessoas falam de você? Resposta: que eu jogo muito. O que você mais gosta no futebol, de driblar, fazer gol, o que você mais gosta de fazer no campo? E A RESPOSTA NÃO FOI A LÓGICA SIMPLES DO FUTEBOL: FAZER GOL. O menino responde: de DRIBLAR. É isso que torna o jogador brasileiro pós-base, pensar que é craque, porque driblar é show, ganhar não. O menino esqueceu de dizer mais um fundamento feito pelo brasileiro em demasia e em momentos muitas vezes impróprios: CONDUZIR A BOLA. Esse é o Brasil, o Ex-país do futebol. Lanço aqui um desafio. Assistir um jogo de futebol brasileiro série A ou B. Contem quantos passes consecutivos uma equipe consegue fazer. Em média não passa de 10. Isso tem um motivo, que não tem nada a ver com a cultura do brasileiro, e sim a cultura da base da maioria das equipes, a cultura de largar na mão de qualquer pessoa, de boa vontade até, pensando no bem das crianças, mas que tornará estas, possivelmente, em novos executores de menos de 10 passes consecutivos. "De boa intenção o inferno está cheio".
Chega, faz dez anos que: leio, estudo, assisto, tento escrever, debato, "brigo", mais a decepção minha continua. Eu me sinto uma formiga. Estou trabalho fora do futebol, mais jamais deixarei de escrever sobre. De não ver equipes exigirem conhecimento dos professores, mas sim largar a bola e apito na mão de gente boa. Boa? Boa para muita coisa, mais atualmente não para o futebol do Brasil. Até quando isso? O futebol brasileiro não possui critérios, um amontoado de jogadores, gritos de fora do gramado, resultados imediatistas, enfim. Quem sou eu para condenar o gesto técnico citado pelo menininho?. É reflexo do que ele assiste. Um jogador ou um drible pode ganhar um jogo, mais uma equipe de verdade, esta sim, ganha campeonatos. Não estou dizendo que o futuro campeão brasileiro é uma equipe de verdade, mas sim a menos ruim.  


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