Dênis
de Lima Greboggy
Assistindo uma matéria
do Esporte Espetacular, sobre as categorias de base, percebi o quanto os
professores estão (os entrevistados, é claro) ainda utilizando metodologias de
ensino convencionais. Isso não é bom. O convencional é o velho analítico PURO, e
depois o treino em conjunto (coletivo), sem contextualização, apenas praticar
por praticar, sem critérios. Bom, isso não é novidade para ninguém mais.
O pior é ver o
menininho (10 anos) entrevistado, respondendo a seguinte pergunta: Você acha
que você joga bem? Resposta: acho. O que as pessoas falam de você? Resposta:
que eu jogo muito. O que você mais gosta no futebol, de driblar, fazer gol, o
que você mais gosta de fazer no campo? E A RESPOSTA NÃO FOI A LÓGICA SIMPLES DO
FUTEBOL: FAZER GOL. O menino responde: de DRIBLAR. É isso que torna o jogador
brasileiro pós-base, pensar que é craque, porque driblar é show, ganhar não. O
menino esqueceu de dizer mais um fundamento feito pelo brasileiro em demasia e
em momentos muitas vezes impróprios: CONDUZIR A BOLA. Esse é o Brasil, o
Ex-país do futebol. Lanço aqui um desafio. Assistir um jogo de futebol
brasileiro série A ou B. Contem quantos passes consecutivos uma equipe consegue
fazer. Em média não passa de 10. Isso tem um motivo, que não tem nada a ver com
a cultura do brasileiro, e sim a cultura da base da maioria das equipes, a
cultura de largar na mão de qualquer pessoa, de boa vontade até, pensando no
bem das crianças, mas que tornará estas, possivelmente, em novos executores de
menos de 10 passes consecutivos. "De boa intenção o inferno está
cheio".
Chega, faz dez anos que:
leio, estudo, assisto, tento escrever, debato, "brigo", mais a
decepção minha continua. Eu me sinto uma formiga. Estou trabalho fora do
futebol, mais jamais deixarei de escrever sobre. De não ver equipes exigirem
conhecimento dos professores, mas sim largar a bola e apito na mão de gente
boa. Boa? Boa para muita coisa, mais atualmente não para o futebol do Brasil.
Até quando isso? O futebol brasileiro não possui critérios, um amontoado de jogadores,
gritos de fora do gramado, resultados imediatistas, enfim. Quem sou eu para
condenar o gesto técnico citado pelo menininho?. É reflexo do que ele assiste.
Um jogador ou um drible pode ganhar um jogo, mais uma equipe de verdade, esta
sim, ganha campeonatos. Não estou dizendo que o futuro campeão brasileiro é uma
equipe de verdade, mas sim a menos ruim.
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