24 dezembro 2011

O NAZISMO DO FUTEBOL BRASILEIRO

         "Camarada, por favor, peça ao oficial que acabe conosco com uma bala", suplicou o soldado russo. Depois de 3 horas dentro de um tanque de água gelada, ele já não suportava mais a sensação de congelamento no corpo. "Não espere compaixão daquele cão fascista", respondeu o colega que dividia o tanque com ele. Quando o cientista responsável pelo experimento descobriu o significado das palavras de suas cobaias, retirou-se para o escritório. Voltou com um revólver na mão. Não para atender ao pedido do soldado, mas para ameaçar seus assistentes na experiência. "Não se intrometam. Nem se aproximem deles!" Passaram-se mais duas horas de agonia antes que o alívio da morte chegasse para os russos. Assim como eles, pelos menos outros 300 prisioneiros dos nazistas foram usados em experimentos destinados a entender os efeitos do frio no corpo humano - a hiportermia. A maioria não teve a sorte de um final rápido. Ao chegarem ao limite entre a vida e a morte, eram reanimados e expostos novamente a temperaturas baixas".
Trecho extraído do texto Doutores da agonia de Rodrigo Rezende, 2009.

        Muito bem... O trecho mostra uma coisa “interessante” e que tem tudo a ver com futebol. Aliás, diga-se de passagem, com o “nosso” futebol. Nosso? O que perspectivamos não!
        Ao lermos o soldado russo suplicando para ser morto para evitar seu sofrimento, fazemos a conjectura com o “treinar” (se é que podemos realmente falar que elas treinam) das equipes brasileiras de maneira geral, seja primeira, segunda, terceira, divisões amadoras e categorias de base. O jogador e soldado estão nos mesmos “lençóis” digamos assim. O técnico (amador, salvo raríssimas exceções, se é que existem mesmo exceções) mandado por uma diretoria amadora (sabem de tudo, menos de gestão de pessoas) é subordinado a fazer o que o departamento de futebol (mais amador ainda em muitíssimos casos) manda. Ninguém sabe NADA.
         "Depois de 3 horas dentro de um tanque de água gelada". É isso que o jogador passa. O Engraçado é que isso acontece quase que ao pé da letra muitas vezes, pois existem os tais grandiosos preparadores físicos e os doutores da fisiologia que mandam os coitados jogadores a mergulharem em tanques de gelo, afirmando que esse procedimento esdrúxulo tosco e irracional acelera a remoção de lactato. É isso que acontece já na primeira semana de treinamento, posteriormente as primeiras sessões. E os pinguindores de nada sabem! Os tais “doutores do gelo” enfiam os jogadores nos barris de tal forma, que o organismo-cego habitua-se a essa recuperação artificial. Essa dependência “ICE”, instala-se contra a recuperação natural do organismo e contra a lógica de adaptabilidade específica do binômio esforço-recuperação. Imaginem quando acabar o gelo: será que os treinadores e preparadores físicos irão transferir os jogos para a Antártida? Acho que não terá gelo suficiente para todo dia pós-treino. Não vai sobrar nem para a cerveja sem álcool... hehehe! 

        Não, não conseguimos mais suportar isso, é demais para nossas cabeças. Isso sem contar com as horas de treinamento: 6 horas (3 de manhã e 3 pela tarde). De manhã o tal “muscular”, arrebentando com jogador. E a tarde não podemos esquecer o nosso amigo coletivo. E o coletivo de véspera de jogo, conhecido como “apronto”; é um aprontar para lesões. Pobres dos jogadores chegam para as demais sessões e especialmente para o jogo, travados, cansados, fadigados, aéreos com dores até nas células da Glia... O que é isso? A Dona Glia, a cozinheira do clube, ah gente fina ela!
          "Não se intrometam. Nem se aproximem deles!" Simplesmente é isso que os preparadores físicos, médicos, diretores técnicos, presidentes e os técnicos afirmam quando surgem novos meios que não são aceitos na ciência cartesiana experimental. Que fique aqui muito claro que não somos contra a ciência, mas sim que esta seja transcendente, e que os conhecimentos publicados seja aplicados ao futebol de maneira contextualizada e respeitando a complexidade do jogo e do ser humano que joga. Mas será que o ser humano joga? Estamos vendo que mais parecem “robô-manos”, perdidos em ideias comuns e banais.

           "A maioria não teve a sorte de um final rápido. Ao chegarem ao limite entre a vida e a morte, eram reanimados e expostos novamente a temperaturas baixas". Transpondo isso nos meios de treino atuais, o jogador que está quase morrendo desnecessariamente pelo clube que defende, quando lesionado, volta para a tortura. E lá se vais mais alguns meses para o tal do físico voltar a ser o “padrão” e poder retornar aos gramados. Isso quando o jogador não se machuca no próprio processo de recuperação, o que vemos muitas e muitas vezes aqui no “país do futebol”. Sim, concordamos que seja o país do futebol, mais do futebol falido, arcaico, asqueroso, leviano, simplista, teimoso, embananado, sem planejamento e sem profissionais com mentes abertas para a aplicabilidade de novos e paradigmas e que, salvo exceções, acabam por serem seduzidos por dinheiro e calam-se com medo de presidente, diretores e toda a laia abominável que está por trás e que sustenta o ócio cerebral do nosso futebol.
         Bem, novamente esses caras a criticar, criticar e criticar o “falso-bol” brasileiro, e nada de sugerir ideias ou alternativas para fugir desse paradigma “nazismoleiro”. Bem senhores, acreditamos que o nosso papel é soltar algumas bombas anti-nazistas (sem revelar a fórmula, até porque ela não existe, ou melhor, existe sim...).
            É caros amigos, ou vocês entram no avião (C.H.P.T) em constante análise e construção, ou continuem a lutar com essas armas antigas, estáticas e ultrapassadas. A guerra acabou ou está começando?!

Abraços!!!!!

Dênis e Rodrigo

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