Mais
complexo do que entender, é fazer o outro entender. Especialmente quando
falamos sobre algo diferente, desconhecido, e que pela percepção de muitos,
pode até ser ameaçador. Obviamente que estamos falando sobre “conceitos” para
um “neofutebol”.
Entender
algo novo gera sempre uma dificuldade que tira o “novo entendedor do seu sofá
confortável e epidêmico”. A maioria não gosta de levantar o traseiro obeso do
lugar aonde está. Essa maioria, para não sermos injustos, desconhecem a “ciência
da transcendência”. Um excelente exemplo foi um jogo do final de semana pela
segunda divisão do campeonato brasileiro, que de praxe, se assemelha à
campeonatos varzeanos, um tanto como um belíssimo aglomerado de jogadores. Esse
jogo serve de exemplo de como o futebol brasileiro está afundando lentamente em
águas densas: “salve-se quem puder, de preferência os que querem sair do sofá, os
que ficam estagandos, vão afundar merecidamente. E ainda existe gente dizendo
que o nosso campeonato nacional é o mais difícil do mundo: só se for o mais
difícil de assistir bons jogos.
Vamos
ao primeiro desentender. Mudar um sistema sem adaptabilidade-treinabilidade é
uma questão que desrespeita o corpo-mente do jogador. Especificamente, uma
destas equipes desse jogo atuava no 4-3-3 no início da temporada. Com a troca
de técnico, passou para o 4-4-2 (pirilampo) e com a troca novamente de técnico,
passou para o 3-5-2. Em especial, nesta partida, essa mesma equipe começou no
3-5-2. Com o placar desfavorável, passaram a atuar no 4-4-2 (calma, não se
perca). No segundo tempo, foi novamente alterado para o 4-3-3 (usado no início
desta temporada), e para fechar com chave de ouro, ao final da partida, com o
jogo empatado, essa mesma equipe novamente alterou o sistema para o 4-2-4.
Passou de um extremo à outro dentro de 90 minutos.
Algo
que foi malmente treinado durante a semana não se muda durante um jogo. Será
que precisará o mais poderoso homem do mundo, Barack Obama, fazer um decreto
similar aos dos zumbis e sereias, para o resto do mundo (salvo exceções)
acreditar que isso não existe e que não funciona?
A
pátria amada está nutrida de “burros conscientes”, com todo respeito ao animal.
É como aquele velho ditado: “Quem nasceu para burro, não chega a cavalo”. E
depois ficam bravos pos serem chamados de burros nas arquibancadas.
Um
outro desentender que chega a arrepiar os cabelos é: escutar jogadores falando
que deus chamou-o para a partida, e que deus isso, deus aquilo, deus cá, deus
acolá, deus, deus ,deus ,deus, deus. Realmente começamos a acreditar que o fim
dos tempos, o juízo final, será realmente neste Dezembro. Se em uma cobrança de
penalidade máxima o gol acontece, que dizer que deus quis que ocorresse o gol e
que o goleiro foi vítima da injustiça de deus? Mais deus não é bom para todos?
Claro, cada um tem sua crença, seja ela qual for, e deve ser respeitada. Estudos
comprovam que a performance é afetada quando as crenças individuais são
colocadas em cheque ou “retiradas” (crenças relativas à fé, e não crenças no
sentido da psicologia cognitiva comportamental como as crenças centrais,
esquemas, etc.) dos comportamentos rotineiros dos jogadores. E lá se vão apenas
dois dos “milhares do desentender”.
E os que já saíram desses e outros, não é
fácil: nos primeiros dias impressões ficam,
ideias antigas persistem, e a dificuldade para o novo (que coisa é essa???) afronta
com a “comodidade estável do já assimilado pelo sofá confortável. Contudo, é
nessa fase transitória de turbulência que os perspicazes sobrevivem. É nesta
fase que o “novo entendedor” visualiza que ao “tirar a bunda do sofá
confortável”, as correntes são desprendidas, pois a escravidão que imperava já
está em outra dimensão, sendo apenas uma vaga impressão de um tempo que muitas consequências
ficaram e continuam presentes e aos poucos são transformadas. Realmente, essas consequências
demoram para ser alteradas, mas o fato de levantar da bunda do sofá já
determina uma questão: as consequências podem persistir um tempo largo, mais
não por toda vida. E isto é notório. O novo entendedor diariamente vai
percebendo que as consequências vão desaparecendo, é um trabalho regenerativo.
Em um primeiro momento apena a recuperação, para posteriormente entrar com a
aquisição. É um trabalho diário de fazer
e recuperar. E quando estas estão equilibradas, novas consequencias-características
no novo entendedor são evidenciadas e um ar de felicidade renasce. Ele começa a
perceber que o sofá que antes estava sentando continha correntes que tapavam
especialmente o olho-cerebral (as pernas e braços não se movem corretamente sem
o olho-cerebral). O novo entendedor está vivo e pronto para cada dia absorver o
novo entender. E tudo é uma consequência do que se faz.
O
novo ser humano entendido, agora fará de uma maneira totalmente diferente, pois
quem o faz entender já é totalmente diferente. Palmas ao novo entendedor, ao
seu entender e a quem o faz entender! Entendeste algo?
Abraços
Rodrigo Vicenzi
Casarin
Dênis de Lima
Greboggy
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