Novamente colocamos em
voga um assunto muito discutido nos bastidores do futebol, e também nos demais
desportos coletivos. A célebre concentração foi mais uma vez protagonista de
muitas manchetes de jornais da sexta-feira (20/07/2012). E desta vez não foi no
futebol que a imprensa destacou, mas sim no basquetebol, em especial a seleção
brasileira feminina.
Infelizmente, a
intolerância e falta de flexibilidade de todos da comissão técnica da seleção
de basquetebol fez com que uma atleta que levou o namorado para a concentração
fosse desligada das olimpíadas. Não dizem que as olimpíadas ou a vila olímpica
é uma terra de promiscuidade? Independente do histórico desta atleta nas
olimpíadas de 2008, esse fato seria tão grave assim, para que uma comissão tão
competente e que tem uma dirigente ex-atleta que deve ser “bem informada” e que
já viveu dentro de uma vila olímpica mandasse embora uma atleta por motivos
amorosos? Será que beijos, abraços, relação sexual não existe dentro das concentrações
por aí? Como vimos, o Brasil, no primeiro jogo contra a França não conseguiu
vencer, apresentando um último quarto alarmante. No segundo e no terceiro jogo também sucumbiu.
E dizemos mais: com a comissão técnica que têm, não chegará nem ao bronze.
A concentração se
constrói em função da dimensão tática, do coletivo, seja no futebol, futsal,
como no basquetebol e handebol, que são esportes de invasão. Há tempos atrás,
publicamos aqui sobre o Clube Atlético Paranaense, que manteve seus jogadores encurralados
no centro de treinamento, em 2011, alegando que a concentração era primordial
para evitar o rebaixamento. Obviamente que não conseguiram. Incompetentes.
Não é a concentração, e
sim a concentra-a-ação que é fundamental, que não é nada conhecida aqui neste
país soberbo e dissimulado em metodologia de treinamento e formação de
profissionais do esporte de alto rendimento. Somos um embuste, um engodo. Queremos
lembrar aqui o que Josep Guardiola comentou sobre a concentração de seus
jogadores no mundial de clubes, onde humilharam o Santos FC. Guardiola comentou:
“nenhum de nós fica enclausurado em um
quarto de hotel por 72 horas antes de trabalhar”. Ter relação sexual com esposa ou namorada, ver os filhos, se
sentir em família, não fariam um atleta ter um melhor desempenho? Não sejamos
hipócritas, é claro que faria. Não é preciso ter comprovação científica oriunda
de artigos de revistas com fator de impacto 20 ou Qualis A1. Precisamos transcender
custe o que custar, mas está difícil.
Não se pode desanimar
com estas escórias que vemos só aqui no Brasil. De fato, há lendas que perduram
por longas datas e que são extremamente ardentes para serem desmistificadas. Se
vocês, treinadores, assumissem uma equipe profissional por esta terra, de
qualquer desporto coletivo, onde fica-se dois dias concentrados antes dos jogos,
e quisessem modificar este contexto: como e o que fariam? Colocariam um guarda
costas atrás de cada jogador? Um bafômetro na entrada do hotel ou vestiário?
Testariam a cuéca do jogador para tentar encontrar resíduos de esperma como faz
a criminalística da série CSI?; ou acreditariam que o jogador possui um
compromisso com a equipe, uma ética profissional e coletiva? Decidam!
Passou a época de bem estar
com a família, amigos, um bom jantar e uma transa com a mulher, onde era gerada
uma motivação e tranquilidade....a onda agora está no “casulo enclausurado”. Coitados dos atletas, parecem no meio do pácifo,
atletas-ilhas?! Realmente, o fim dos tempos está próximo...para o esporte
brasileiro, é o que cremos!
Abraços
Dênis de Lima Greboggy
Rodrigo Vicenzi Casarin
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