12 agosto 2012

UMA CONVERSA SOBRE MMA NO FUTEBOL VAI CHEGAR

Dentre algumas charlas que discutimos entre amigos, estivemos a conversar com um lutador de MMA sobre metodologia de treinamento. Ele relatou que, em sua semana de treinamento, existem muitas combinações de exercícios: movimentos específicos da modalidade, exercícios funcionais todos combinados e com um tempo de duração de 5 minutos (tempo de um round), sendo isto repetido, ou seja, várias séries de 5 minutos. Treinando todo dia com exercícios variados, mas todos com duração de 5 minutos, apenas diminuindo o número de séries, na hora pensamos: esse atleta pode entrar a qualquer momento em overtraining, isso se já não estiver. E foi exatamente isso que nos foi relatado: “chego estourado para o grande dia”.
Começamos realizar o transfer ao futebol do que nos foi relatado. Veio então em nossas mentes treinamentos variados sem uma especificidade em termos energéticos e musculares, o mesmo tempo de treinamento a semana toda, treinamento em conjunto (o famoso coletivo) e etc. Mas o que realmente estamos buscando entender são as “novas abordagens baseadas em jogos”. Esses jogos normalmente possuem quinhentas regras. Tudo muito bonitinho, fadigoso, tempos alargados e solicitando em demasia o sistema metabólico que todo mundo acha que é o mentor e a base de todo treino (precisamos falar qual?!). Então resolvemos nos deter há alguns escopos do nosso amigo Jorge Maciel:
Sabe-se que a funcionalidade e solicitação dos sistemas energéticos se faz conjuntamente, ainda que com dominâncias diferentes em função da resposta à especificidade do estímulo. Parece não ser ajustada a estimulação disjunta dos diferentes sistemas metabólicos através do treino. Assim como não faz sentido que aquilo que despoleta tal situação pouco ou nada tenha a ver com o Jogo e muito menos com um jogar que se pretende. Além disso, a grande maioria dos processos de treino faz o jogador treinar cansado por não se respeitar convenientemente os tempos de repouso, uma vez que é a tal não contemplação disso que origina adaptabilidades metabólicas contraproducentes relativamente à que se deseja. Isto é, se o período de repouso não for o suficiente para restabelecer os valores basais de ATP-CP, quando submetido a um estímulo o organismo não deixará de responder, no entanto, irá se “socorrer” das vias metabólicas não desejadas, visto que como foi referido, o ATP será recrutado e estará implicado na concretização do movimento de outro modo que não o desejável para a concretização.
Que negócio é esse? Que fanfarrice esta escrita acima? Esse português de Portugal parece Tailandês? É fisiologia ou filosofia?
Deixando a ironia de lado, senhores, todas as tendências de treinamento que surgem, que surgiram, que morreram, que renasceram, tem suas peculariedades, seus mentores, seu seguidores e seus críticos. Todas devem ser respeitadas, entendidas e criticadas. Contudo, vemos nitidamente muita ostentação de algumas pessoas que defendem as tais “novas abordagens baseadas em jogos”. São jogos para lá, jogos para cá, jogos para isso, jogos para aquilo, todos os dias, jogos que cansam. Até parece um jardim de infância onde crianças possuem uma caixinha, ou um “banco de jogos”, um para cada objetivo.
Por isso começamos a questionar: Será que esses jogos trabalham realmente o jogo que se pretende? Controla-se o binômio desempenho-recuperação? Esses jogos abastecem os jogadores para jogarem como Ferraris ou Brasilias? Os jogadores vão ativos ou reativos para o jogo? Tais jogos propiciam o jogo que pretende-se e uma adaptabilidade/intencionalidade ao organismo humano?
São apenas algumas perguntas que levantamos, quem sabe estamos criticando precipitadamente, mas tentamos elencar pequenos argumentos. É senhores, seguimos o bailado do rock’n roll e o MMA diário....mas com respeito ao binômio desempenho-recuperação, se não na luta, só caímos no chão. E tem muitos por aí que escrevem precipitadamente sobre a Periodização Tática sem conhecimento de causa. Esperamos que tenham bons argumentos, e que não façam analogias pitorescas.

Abraços

Rodrigo Vicenzi Casarin
Dênis de Lima Greboggy

Nenhum comentário:

Postar um comentário