Dentre algumas charlas que discutimos entre amigos,
estivemos a conversar com um lutador de MMA sobre metodologia de treinamento. Ele relatou que, em sua semana de treinamento, existem muitas combinações de
exercícios: movimentos específicos da modalidade, exercícios funcionais todos
combinados e com um tempo de duração de 5 minutos (tempo de um round), sendo isto repetido, ou seja, várias
séries de 5 minutos. Treinando todo dia com exercícios variados, mas todos com
duração de 5 minutos, apenas diminuindo o número de séries, na hora pensamos:
esse atleta pode entrar a qualquer momento em overtraining, isso se já não estiver. E foi exatamente isso que nos
foi relatado: “chego estourado para o grande dia”.
Começamos realizar o transfer ao futebol do que nos foi
relatado. Veio então em nossas mentes treinamentos variados sem uma
especificidade em termos energéticos e musculares, o mesmo tempo de treinamento
a semana toda, treinamento em conjunto (o famoso coletivo) e etc. Mas o que
realmente estamos buscando entender são as “novas abordagens baseadas em
jogos”. Esses jogos normalmente possuem quinhentas regras. Tudo muito
bonitinho, fadigoso, tempos alargados e solicitando em demasia o sistema
metabólico que todo mundo acha que é o mentor e a base de todo treino
(precisamos falar qual?!). Então resolvemos nos deter há alguns escopos do
nosso amigo Jorge Maciel:
Sabe-se
que a funcionalidade e solicitação dos sistemas energéticos se faz
conjuntamente, ainda que com dominâncias diferentes em função da resposta à
especificidade do estímulo. Parece não ser ajustada a estimulação disjunta dos
diferentes sistemas metabólicos através do treino. Assim como não faz sentido
que aquilo que despoleta tal situação pouco ou nada tenha a ver com o Jogo e
muito menos com um jogar que se pretende. Além disso, a grande maioria dos
processos de treino faz o jogador treinar cansado por não se respeitar
convenientemente os tempos de repouso, uma vez que é a tal não contemplação
disso que origina adaptabilidades metabólicas contraproducentes relativamente à
que se deseja. Isto é, se o período de repouso não for o suficiente para
restabelecer os valores basais de ATP-CP, quando submetido a um estímulo o
organismo não deixará de responder, no entanto, irá se “socorrer” das vias
metabólicas não desejadas, visto que como foi referido, o ATP será recrutado e
estará implicado na concretização do movimento de outro modo que não o
desejável para a concretização.
Que negócio é esse? Que fanfarrice
esta escrita acima? Esse português de Portugal parece Tailandês? É fisiologia
ou filosofia?
Deixando a ironia de lado,
senhores, todas as tendências de treinamento que surgem, que surgiram, que
morreram, que renasceram, tem suas peculariedades, seus mentores, seu
seguidores e seus críticos. Todas devem ser respeitadas, entendidas e
criticadas. Contudo, vemos nitidamente muita ostentação de algumas pessoas que
defendem as tais “novas abordagens baseadas em jogos”. São jogos para lá, jogos
para cá, jogos para isso, jogos para aquilo, todos os dias, jogos que cansam.
Até parece um jardim de infância onde crianças possuem uma caixinha, ou um
“banco de jogos”, um para cada objetivo.
Por isso começamos a questionar: Será que esses jogos trabalham realmente o
jogo que se pretende? Controla-se o binômio desempenho-recuperação? Esses
jogos abastecem os jogadores para jogarem como Ferraris ou Brasilias? Os
jogadores vão ativos ou reativos para o jogo? Tais jogos propiciam o jogo que pretende-se
e uma adaptabilidade/intencionalidade ao organismo humano?
São apenas algumas perguntas que
levantamos, quem sabe estamos criticando precipitadamente, mas tentamos elencar
pequenos argumentos. É senhores, seguimos o bailado do rock’n roll e o MMA
diário....mas com respeito ao binômio desempenho-recuperação, se não na luta,
só caímos no chão. E tem muitos por aí que escrevem precipitadamente sobre a Periodização
Tática sem conhecimento de causa. Esperamos que tenham bons argumentos, e que
não façam analogias pitorescas.
Abraços
Rodrigo
Vicenzi Casarin
Dênis de
Lima Greboggy
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